Tem som no Hiato?

Feliz 2017! Que esse ano traga energias renovadas e muito som novo!

Há um ano eu começava a escrever por aqui, dividindo com vocês descobertas e sons que fizeram a minha cabeça. Foi extremamente revigorante e abriu ainda mais meu já antenado radar, para artistas e tendências que acredito serem relevantes e interessantes para todos os ouvintes.

Para começarmos 2017, escolhi uma banda que redimensiona a originalidade de um artista, deixando praticamente impossível rotular seu trabalho e, mais ainda, prever qualquer tipo de caminho que eles possam vir a trilhar. Só isso já seria o suficiente para eu me aproximar deles.

Estou falando de Hiatus Kayote. Uma banda australiana fundada em 2011 e que é descrita em algumas de suas biografias espalhadas por sites de todo mundo, como neo-soul, nu-funk, psicodélicos, eletrônicos, hip-hop, jazz Fusion, entre outros tantos adjetivos. Uma coisa é certa em relação a eles: não soam comum em nenhuma hipótese.

Com uma estética contemporânea, mesclando instrumentos acústicos com eletrônicos, loops e vocais, além de uma sessão rítmica extremamente criativa, suas canções são inventivas e transportam o ouvinte para lugares distintos a cada faixa.

Certa vez o músico Prince publicou em sua conta no Twitter: “Não se preocupe… apenas clique.” e em seguida colocou um link que levava ao video-clipe da canção “Nakamarra”. Foi o suficiente para que Hiatus Kayote ganhasse notoriedade. Eu mesmo cliquei e acredito que todos que o fizerem, irão sentir a mesma coisa, pois de repente estava assistindo a imagens do deserto australiano, onde músicos tocavam seus instrumentos em locações nada convencionais, e sua vocalista/guitarrista, de visual menos convencional e uma voz fascinante, curtiam o maior som!

Não os conheci através do post do Prince, e sim no camarim de algum show por esse Brasil afora, quando o Conrado Goys (sempre ele) apareceu com essa novidade. Minha reação ao começar a ouvir o álbum “Choose Your Weapon” foi automática, uma total falta de palavras para descrever o que ouvia. Em momentos era soul, outros hip-hop; jazz aos montes, mas o R&B fluía naturalmente e de repente tudo virava eletrônico e psicodélico e voltava ao começo; e tudo em uma só música. Uma loucura completa e extremamente bem tocado, bem produzido, de bom gosto.

Não os conheci através do post do Prince, e sim no camarim de algum show por esse Brasil afora, quando o Conrado Goys (sempre ele) apareceu com essa novidade. Minha reação ao começar a ouvir o álbum “Choose Your Weapon” foi automática, uma total falta de palavras para descrever o que ouvia. Em momentos era soul, outros hip-hop; jazz aos montes, mas o R&B fluía naturalmente e de repente tudo virava eletrônico e psicodélico e voltava ao começo; e tudo em uma só música. Uma loucura completa e extremamente bem tocado, bem produzido, de bom gosto.

Fui ler um pouco sobre eles e vi uma descrição dada pela vocalista da banda, a Naomi “Nai Palm” Saafield que dizia: “Kaiyote” não é uma palavra. É uma palavra inventada, mas que soa parecido com peiote e coiote – é uma palavra que envolve a criatividade de quem escuta, e também como percebem. Então isso te lembra coisas, mas nada específico. Quando eu olhei para essa conexão foi como a sociedade admirando um pássaro pelo mundo todo, para mim foi um grande presságio, porque eu sou uma “lady pássaro”. Um hiato é essencialmente uma pausa, é um momento no tempo. Então, para mim, um hiato é tomar uma pausa na sua vida para aproveitar o seu redor, ter uma visão panorâmica completa de suas experiências e absorver, e “kaiyote” é expressada de uma maneira que envolve a criatividade do ouvinte”.

Para mim, essa explicação de Nai Palm é determinante para entender a essência dessa banda e como eles são fiéis a tudo que fazem, uma característica fundamental em uma banda.

Além de Nai Palm nos vocais e na guitarra, tem ainda Paul Bender no contra-baixo, Simon Marin nos teclados e o multi-instrumentista Perrin Moss na bateria.

Fazendo uma análise para quem quer ir atrás deles e colocar esse som para tocar, vale salientar que é, de longe, a banda mais experimentalista que já indiquei aqui na coluna. Mais do que canções, cada faixa é uma viagem experimental e sensorial, mesclando timbres e camadas rítmicas com melodias jazzísticas muito ricas. Também vale salientar não se tratar de um som comercial e de fácil degustação, e é aí que eu me divirto mais, porque nos tira do lugar comum e nos transporta para um mundo a ser explorado. Coisas que só a música é capaz de fazer.

Falando aberta e francamente: o negócio é ir até o player mais próximo e tirar suas próprias conclusões. A Austrália, com sua fauna peculiar, com suas cidades incríveis e uma miscigenação tão latente, nos surpreende também na música!

Ah! Respondendo à questão do título: SIM, E MUITO!!!
Curtam… e feliz 2017!